Angola pesa 15% nas viagens de Portugal

Os voos para Angola pesam 15% no total de bilhetes aéreos vendidos pelas agências de viagens portuguesas, representando 128 milhões de euros. As deslocações em negócios (segmento corporate) são o principal motor destes valores, que colocam o mercado angolano entre os principais destinos de Portugal, segundo dados da Travelport, que gere os sistemas de reservas…

“Angola tem um peso esmagador nas saídas de Portugal”, indica ao SOL o director ibérico da empresa, António Loureiro. Apesar de a Europa e o Brasil ainda dominarem nas viagens, Angola surge em terceiro lugar, detalha. “Alguns destinos do Brasil nem sequer rivalizam com África, especialmente com Angola e Moçambique”.

No ano passado, as vendas de passagens aéreas feitas pelas agências de viagens totalizaram 855,5 milhões de euros. Subiram 5,2% face a 2012, confirmando 2013 como o quarto melhor ano de sempre neste indicador, que também permite medir o pulso ao sector em Portugal. Só em 2006, 2007 e 2008, todos no período pré-crise, houve melhores desempenhos.

Saídas em negócios

Companhias e agentes de viagens atribuem esta subida ao dinamismo do segmento corporate, que abrange 60% do total – os restantes 40% são viagens de lazer. Devido à crise no mercado interno, as empresas nacionais têm procurado internacionalizar-se. “Há uma movimentação das empresas portuguesas para o exterior que causa um aumento no número de viagens”, analisa António Loureiro.

Esse motivo explica também que no ano passado as vendas nos voos internacionais tenham crescido 7%, somando 788 milhões de euros. Ao contrário, as de voos domésticos recuaram 10,8% – para 67,5 milhões de euros – muito por causa dos cortes de despesas com viagens nas administrações públicas, mas também devido ao aumento da compra de bilhetes directamente nos sites das companhias aéreas.

Nos primeiros três meses de 2014, a tendência de subida mantém-se. “Tem sido um início de ano em crescendo. Em Janeiro, as vendas subiram 5%, em Fevereiro outros 6% e 7% em Março, com mais 35 mil reservas”, diz o director da Travelport.

“Estamos a confirmar as tendências de 2013. Efectivamente, também há um aumento muito claro do consumo das viagens de lazer, seja para o mercado interno seja para o externo”, realça.

Com uma maior procura interna de destinos de férias, outra tendência deste ano é o ressurgimento da oferta de voos charter. Cuba, por exemplo, entrou outra vez na rota dos operadores turísticos. E o Brasil cresceu na oferta de pacotes, beneficiando da desvalorização do real.

ana.serafim@sol.pt