Foi destes últimos que fizemos uma prova vertical, comprovando o potencial de envelhecimento destes tintos, comparando-os entre as colheitas de 2005, 2007, 2008, 2009 e 2010.
São vinhos diferentes, porque diferentes são as altitudes das suas vinhas e o processo de produção. A Quinta da Costa das Aguaneiras, na margem direita do Douro, é feito com uvas das vinhas que cresceram bem junto ao rio, enquanto a Quinta de Meruge, na margem oposta, fornece as uvas que se desenvolveram a 400 metros. Outra diferença marcante tem a ver com o facto de o Quinta da Costa das Aguaneiras ficar em lagar três a quatro dias, enquanto o Meruge fica apenas um dia. O primeiro é um vinho mais encorpado, enquanto este último é mais elegante. A Quinta de Meruge, onde reina a casta Tinta Roriz, é um vinho que não perde as características do Douro, mas sendo menos encorpado e com menor extracção de cor acaba por ter um perfil mais internacional.
Detendo-nos sobre os mais recentes, o Meruge 2010, que vem agora para o mercado, é frutado, elegante, com taninos suculentos, podendo afirmar-se que é um falso ‘leve’. Pode ser guardado por mais 10 a 15 anos. Quanto ao Quinta da Costa das Aguaneiras, também quase a chegar até ao público, mantém o seu lado mais Douro, mostrando os seus frutos vermelhos, morango, o floral da Touriga Nacional e exibindo frescura e volume.
Dois grandes vinhos que nos chegam à mesa tão diferentes mas comungando do mesmo projecto que uniu estes produtores.
Meruge Tinto
Ano: 2010
Região: Douro
Castas: Tinta Roriz e vinhas velhas
Quinta Da Costa Das Aguaneiras
Ano: 2010
Região: Douro
Castas: Touriga Nacional, Tinta Roriz e vinhas velhas