No meio do escândalo, e para minorá-lo, surgiram explicações laterais: alguém responsável do Ministério da Saúde em Évora declarou que nos acidentes em causa, e dada a sua gravidade, as pessoas teriam morrido na mesma. Ora isso fica sempre em dúvida, mas mesmo que seja verdade não justifica que meios de socorro supostamente em vigor fiquem inoperacionais por razões estapafúrdias.
Explicação pior veio do bastonário da Ordem dos Médicos, que se queixou do pouco que se paga a esses profissionais por tal serviço. Talvez tenha razão nisso, não sei, mas um médico não é um burocrata qualquer, que possa deixar os doentes sem socorro, por achar que ganha mal. Têm de ser questões tratadas separadamente.
E já agora gostaria de saber o que vai acontecer aos médicos que abandonaram a Viatura Médica de Emergência e Reanimação de Évora, ou porque a uma deu jeito sair mais cedo, ou porque o outro entendeu meter baixa (justificar-se-ia a baixa num caso destes? Seria a doença realmente repentinamente tão grave? Devíamos pelo menos saber isso).