Europa mexeu-se, Portugal beneficia

Os indicadores de clima e de actividade económica em Portugal voltaram a crescer. Segundo o último relatório de conjuntura do Banco de Portugal, que acaba de ser divulgado e deverá ser reafirmado por dados do INE no próximo 15 de Maio, a recuperação deve-se em grande parte ao aumento do consumo interno – aquilo que…

Além disso, a UE, no caso o BCE, começou finalmente a mexer-se no bom sentido, depois de o próprio Banco Central Alemão ter dado uma volta de 180º nas suas posições, passando a admitir medidas activas a favor das dívidas públicas (como muitos defendiam, e os pró-governamentais de cá, colando-se à pré-Merkel, recusavam). Ppode ser que até aceite o fabrico de euros, para conter a sua valorização, ou evitar uma deflação.

As taxas da dívida pública portuguesa começaram a atingir níveis mais baixos, de tal maneira que o IGCP anunciou para quarta-feira próxima o primeiro leilão de dívida pública ao sabor dos mercados, e sem o apoio prévio de Bancos (como vinha fazendo até agora). Verdade que não se trata de nenhum mérito nacional, já que as dívidas públicas de países como Espanha e Itália estão com juros sensivelmente mais baixos do que os nossos últimos (portanto, se for pelo Governo português, teríamos de dizer que está a fazer pior do que os outros).

Seja lá pelo que for, incluindo o ambiente eleitoral, as coisas vão bem melhor, e com um Governo mais competente e menos ideologicamente à direita tudo irá seguramente ainda melhor. Até já se pode discutir, como fazia Manuel Maria Carrilho no seu último artigo do DN, outro género de esquisitices: como, por exemplo, que uma catástrofe natural beneficia o PIB (pelos serviços que exige), e a diminuição dos desastres na estrada o diminui (pelos serviços que dispensa). Portanto, definitivamente, não nos interessam apenas números e PIBs, mas as pessoas e os seus bem estares.