Mas temos de reconhecer que os militares do 25 de Abril acabaram por se mostrar desprendidos a entregarem o poder aos políticos, apesar de a maioria deles se ver prejudicada na carreira militar.
Aceito que a Assembleia da República, popularmente eleita, deve ser soberana. Mas também se vê em todo o mundo pessoas discursarem nos Parlamentos, sem serem seus deputados, por motivos concretos. Pessoalmente, preferiria uma Assembleia da República que se orgulhasse de celebrar o 25 de Abril com os militares, seus autores, enquanto eles vão estando por aí. Mas se não o fizer, também devemos tirar daí as nossas conclusões. Pessoalmente, numa próxima eleição, esforçar-me-ei por alterar a sua composição.
Nada de dramático, portanto. Tanto mais que a presidente da Assembleia, depois de uma frase infeliz sobre os militares, se apressou a normalizar com eles as suas relações. De resto, imagino que a celebração do 25 de Abril feita pelos militares, no Largo do Carmo, será muito mais popular do que a dos deputados que os rejeitam.