É certo que não conseguiu desenrolar-se do célebre e arrastado guião da reforma, que divulgou muito manhosamente, e com grande atraso, há imenso tempo. E agora voltou a rebuscá-lo, inscrevendo-o nas reuniões que tem estado a promover com os partidos.
O guião repescado serviu afinal para entrar num sonoro conflito com o primeiro-ministro, Passos Coelho. Ali, Portas anunciou a intenção de baixar o IRS em 2015. Depois, Passos Coelho foi à SIC, e desmentiu-o, afirmando não haver nenhuma promessa para baixar o IRS em 2015. Mas Portas apressou-se a reafirmar que as suas ideias eram para levar a efeito nesta legislatura.
Depois deste pequeno desaguisado, a ministra das Finanças, logo secundada pelo secretário de Estado da Saúde, anunciou novas taxas para produtos nocivos (com excesso de açúcar ou sal), mais para as farmacêuticas (embora neste caso sujeita a negociações para o preço dos medicamentos). Logo veio o ministro da Economia, o centrista Pires de Lima, afirmar que se tratava de ficção.
Enfim, a coligação, com as eleições à vista, volta ao seu melhor desvario. Talvez por isso a troika se tenha agora apressado a deitar jarros de água fria sobre os assomos eleitoralistas.