Claro que, no caso de Portugal e de Passos Coelho / Mota Soares, não terá sequer sido difícil chegar a acordo com a troika para esta espécie de ‘músculo pré-eleitoral’ (quando até os patrões nacionais diziam não lhes fazer falta aquela medida). Basta ver desde já o anúncio de que se manterão até ao fim do ano os cortes no pagamento das horas extraordinárias, que estavam previstos vigorarem apenas até Julho (o que certamente será mais agradável aos patrões nacionais, para continuarem a ter lucros sem precisarem de se preocupar a produzir muito). E vamos lá ver como sai o retrasadíssimo DEO, que se diz vir também em tom eleitoralista.
Afinal era possível contrariar a troika
O Governo, ao anunciar que se recusa a embaratecer os despedimentos ilegais, como exigia a troika (e como o próprio Governo afirmara antes tencionar fazer) – mostra que afinal não é preciso fazer tudo o que os representantes dos credores mandam. Como de resto a Irlanda, de modo mais enfático e frequente, demonstrara.