Ora, é de esperar que seja de igual ou ainda maior dimensão a punição eleitoral da coligação PSD/CDS após três anos de austeridade, troika, cortes e empobrecimento generalizado. E que António José Seguro, não obstante a frouxidão e inconsistência política da sua liderança, leve o PS claramente acima dos 40% de votos, deixando a dupla Passos Coelho/Paulo Portas no limiar dos 30%, a mais de 10 pontos de distância.
Se for este, como é muito provável, o resultado da noite de 25 de Maio, regressará com estrondo o cenário de uma possível maioria absoluta do PS nas legislativas de 2015. Obrigando a uma rápida revisão do tão repetido discurso do “obrigatório entendimento alargado” entre PSD, PS e CDS, do “amplo consenso” e do inevitável “bloco central, aberto ou disfarçado” pós-legislativas, que vem sendo feito pela generalidade dos comentadores políticos, passando até pelo Presidente da República e pelo presidente da Comissão Europeia.
Ou seja: o PS, mesmo com Seguro, poderá chegar à maioria absoluta e dispensar mais amplos consensos. Já o PSD e o CDS poderão ter que repensar as vantagens (e as desvantagens) de perderem as legislativas de 2015 sozinhos… ou coligados.
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