Uma Páscoa algarvia cheia como um ovo

Este ano o Algarve voltou a ter uma Páscoa lotada, como não se via há muito tempo. Não foi só o Algarve, foram praticamente todos os destinos turísticos em Portugal, de novo a atrair nacionais e estrangeiros que gostam de nós, do nosso clima, da nossa hospitalidade, da nossa gastronomia e, principalmente, dos preços não…

Na verdade, é difícil encontrar um segundo país onde a relação preço/qualidade seja tão favorável como em Portugal. Onde a oferta turística contemple tantos vectores positivos como entre nós, onde se destaca – e não é dos menos importantes – a enorme abertura aos outros que sempre demonstramos.

Testemunhar, como testemunhei, os sinais muito positivos e promissores que o ovo desta Páscoa trouxe ao nosso turismo, no Algarve mas também noutros destinos portugueses igualmente atractivos, é algo que merece ser sublinhado neste momento especial de transição da nossa economia.

Discurso político à parte, direi que é importante saber potenciar estes sinais, consolidando o que eles traduzem, para que a anunciada, e naturalmente lenta, saída da difícil situação em que temos vivido possa processar-se sustentadamente e sem retrocessos, que seriam desastrosos para a nossa esperança colectiva.

O ovo desta Páscoa para o turismo em Portugal, como aliás já o reconheceram alguns empresários do sector, ligados à hotelaria, abriu-se e revelou-se cheio de amêndoas doces que começam – esperamos todos – a compensar as muitas amêndoas amargas que tivemos de engolir.

Mas não basta esperar pela prenda que se esconde num embrulho bonito, que dá nas vistas pelo papel brilhante e estampado, ou pelo laço de cores vivas que o amarra. É preciso garantir que, desfeito o embrulho, a prenda continue a valer a pena.

Por outras palavras, a procura que está a registar-se na nossa oferta turística exige um cuidado redobrado. Não só para garantir a qualidade, mas, principalmente, para levar mais longe e de forma mais eficaz o conhecimento sobre as nossas enormes qualidades como anfitriões.

Isto implica um esforço repartido entre os empresários e o Estado, com sinergias potenciadas entre muitos dos actores deste importante sector, entre os quais se encontra, na primeira fila, o sector imobiliário, através do turismo residencial e até da Reabilitação Urbana das nossas mais significativas cidades, que são também locais de atracção turística.

Mesmo Lisboa, que é uma das grandes capitais da Europa e do mundo, e uma das cidades com melhores cotações turísticas, não dispensa essa promoção vital para a manter no top dos bons destinos para férias ou para reuniões profissionais.

A continuação destas páscoas, cheias como um ovo, depende do nosso esforço e empenho colectivo. Todos os sectores são poucos para a recuperação da economia e não podemos dar-nos ao luxo de ignorar uma única frente que seja para alcançar esse objectivo.

*Presidente da APEMIP, assina esta coluna semanalmente