Neste contexto, de que lado se coloca Mário Soares com o seu incansável activismo frentista?
No 25 de Abril, enquanto Seguro e o PS celebravam a democracia parlamentar, Soares estava no Largo do Carmo, de braço dado com os capitães inadaptados, o PCP e a esquerda radical. E afirmava que aquela era “a única e verdadeira comemoração”.
E se o PS continua a pedir legislativas antecipadas e ordeiras para substituir o Governo, Soares proclama que Passos e Portas “vão ter que sair à força” e que “da próxima vez vai a mal”.
Já quando o PS se demarca de qualquer pedido de perdão ou corte da dívida, Soares garante que “a dívida não é pagável” e que “o manifesto dos 70 é altamente patriótico”, em sintonia com o discurso do PCP.
Eis como se lançam a confusão e as maiores divisões na base eleitoral dos socialistas. Só falta ver Soares, como Jerónimo de Sousa, a jurar que não houve qualquer cerco à Assembleia Constituinte em Novembro de 1975. E que nem sequer havia Parlamento…