A Scotland Yard quer usar um geo-radar e cães pisteiros durante as buscas, bem como peritos forenses ingleses, mas a decisão está nas mãos da PJ – que também dispõe de um radar, comprado há quatro anos, com capacidade para captar imagens do subsolo. Já foi usado em vários casos, nomeadamente durante as buscas dos corpos das vítimas do 'rei Ghob'.
Os ingleses querem passar a pente fino terrenos baldios próximos do apartamento onde a família McCann passava férias, em Maio de 2007, e uma estrada que na altura estava em obras. Se o geo-radar detectar algo suspeito, serão feitas escavações. O objectivo é encontrar o cadáver de Maddie ou outras pistas (como peças de roupa ou armas).
PJ garante que locais foram vistoriados em 2007
Estes locais, argumentaram os ingleses, não foram devidamente revistados pela PJ durante a primeira investigação, em 2007. Fontes da instituição contactadas pelo SOL negam, porém, essas afirmações, garantindo que “foram envolvidos todos os meios disponíveis em buscas intensivas” na zona envolvente ao resort.
O SOL sabe que o processo de cooperação está a ser gerido com toda a diplomacia por parte das autoridades portuguesas, para não colocar entraves à investigação inglesa.
No entanto, já houve pedidos recusados pelo juiz do círculo de Portimão por falta de fundamento – caso das buscas a casas de ex-funcionários do Ocean Club, considerados suspeitos por trabalharem naquela altura no aldeamento turístico.
Nos próximos dias, o director nacional da Judiciária, Almeida Rodrigues, deverá decidir se autoriza os detectives e peritos da Scotland Yard a acompanharem as diligências no Algarve, que estão a cargo dos inspectores portugueses. Um pedido nesse sentido já foi dirigido ao MP, mas tem de ser endereçado à PJ, a quem cabe a decisão.
Até hoje, a Scotland Yard enviou quatro cartas rogatórias a Portugal, a primeira das quais em Agosto de 2012, substituída por três outros pedidos que deram entrada em Julho de 2013, em Janeiro e em Fevereiro deste ano.
Desde Julho do ano passado que a Scotland Yard tem aberta uma investigação ao desaparecimento da menor ('operação Grange'). A tese de rapto tem sido admitida pelos inspectores ingleses como a mais provável e um pedófilo inglês que vivia no Algarve à data do desaparecimento de Maddie está na lista de suspeitos do rapto. Com este pedido de buscas, os ingleses admitem agora que a criança pode estar morta.