Esta foi uma das irregularidades detectadas pela auditoria ordenada, no ano passado, pela ministra da Justiça aos serviços prisionais.
Segundo o relatório preliminar da auditoria, divulgado hoje pelo Correio da Manhã e Jornal de Notícias, os serviços prisionais têm ainda uma dívida de dois milhões de euros. Deste montante, 455 mil euros correspondem a dívidas às próprias cantinas – que emprestam dinheiro aos serviços prisionais para pagar aos reclusos que nela trabalham.
A falta de controlo da actividade das cantinas é apontada pela Inspecção-geral dos Serviços de Justiça, uma vez que estas unidades geram receitas avultadas (na ordem dos oito milhões de euros). Mas dos 680 mil euros de lucro obtido em média por ano, só é entregue à DGRSP 600 mil euros.
Ouvida ontem, na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, Paula Teixeira da Cruz recusou comentar os resultados da auditoria, lembrando que ainda está em fase de contraditório.
Estas conclusões foram conhecidas numa altura em que dura há mais de um mês a greve dos guardas prisionais, convocada pelos dois sindicatos do sector, que exigiram a demissão do director-geral, Rui Sá Gomes, invocando quebra de confiança entre a classe e a direcção-geral.
SOL