Os grupos de trabalho do Governo

Leio no DN e fico perplexo. Não tinha dado por isso.

A média das "criações" desde 2011 revela o nascimento de um grupo de trabalho ou de uma comissão de estudo a cada cinco dias. No início do Fevereiro, estavam em funções 108 grupos de trabalho e comissões dos 208 criados. Dos 100 que teriam terminado funções – segundo as datas previstas no DR – não há rasto de 58 relatórios ou conclusões.

E agora, sobre a actualização do salário mínimo, defendida por representantes sindicais e patronais, o Governo, em época pré-eleitoral, desdiz-se, para dizer que afinal está de acordo. Mas de acordo em discutir o assunto. E o que faz de concreto? Anuncia a criação de mais um grupo de trabalho que estudará aumento do salário mínimo, apesar de conhecer todas as propostas e argumentos das confederações patronais (que aceitam os 500 euros em 2015) e as dos sindicatos (que pedem 515 euros já para Junho).

Aliás, prossegue o DN, não será apenas o salário mínimo – congelado desde 2011 nos 485 euros e distante dos 1874 euros do Luxemburgo, dos 1462 da Irlanda, dos 753 da Espanha e até dos 684 euros da Grécia – que será alvo de mais um grupo de trabalho. Também a "Reforma do Estado" de Paulo Portas será palco para mais análises – a ideia do Governo passa por criar grupos de trabalho para acertarem as "diversas dimensões do guião" que o vice-primeiro-ministro apresentou em Outubro do ano passado.