Este nosso Sul mais amigo e ameno

Há uns meses, neste mesmo espaço, disse que este país podia também ser para velhos, ao contrário do que já se disse, revelando estar a referir-me a velhos estrangeiros de reformas e pensões mais generosas do que as nossas, potenciais residentes em Portugal pela via das facilidades fiscais que são oferecidas aos seniores estrangeiros que…

Lembrava que o nosso regime fiscal – que garante isenção de IRS sobre reformas e pensões aos estrangeiros que comprem casa em Portugal e passem cá seis meses por ano durante dez anos – estava a transformar-nos num paraíso fiscal para a classe média europeia, que chega à terceira idade com rendimentos certos e elevados para o padrão de vida nacional.

Os recentes números das transacções imobiliárias efectuadas em Portugal por estrangeiros, confirmam essa minha percepção – os ingleses continuam a ser os que mais se interessam pelo nosso país, como local para segunda habitação, e em segundo lugar surgem os chineses, quase a par com os franceses.
Isto prova que este regime especial para estrangeiros da União Europeia é tão ou mais importante para o nosso imobiliário do que o regime dos vistos gold, que associamos a interessados de fora da Europa comunitária. Esta captação de investimento é, e continua a ser, muito importante para a nossa economia, mas a aposta no mercado interno europeu tem também muita força.

Na União Europeia, somos um país com todas as características do Sul, mas menos ostensiva e dispendiosamente turístico do que os demais, apresentando um clima, em muitas épocas do ano, muito mais amenos e socialmente mais sereno, a par de uma tradicional hospitalidade para com os estrangeiros quase única.
Se nos lembrarmos que a nossa oferta imobiliária – mesmo considerando a tendência que se desenha para uma certa subida de preços – continua a ter uma excelente relação no binómio preço/qualidade, então podemos dizer, com toda a propriedade, que este nosso Sul é mais amigo e ameno.

Isto vai ser seguramente sublinhado muito em breve, em Paris, numa França que redescobre Portugal, durante o próximo Salão do Imobiliário e do Turismo Português em França, que abrirá portas no próximo dia 16, afirmando o nosso imobiliário junto dos emigrantes portugueses, de novo interessados em Portugal, mas também junto dos franceses, nomeadamente os seniores que procuram destinos agradáveis para as respectivas reformas.

Este terceiro Salão de Paris – iniciativa da Câmara do Comércio e da Indústria Franco-Portuguesa (CCIFP), com diversos apoios institucionais e privados dos dois países, e parcerias estratégicas como as da Associação Industrial Portuguesa (AIP) e o apoio da Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), que aliás mobilizou a maior representação de sempre ao Salão de Paris – será uma oportunidade para reafirmar o nosso imobiliário como um refúgio seguro para muitos investimentos que aguardam destinos de confiança.

Como também dizia nesse artigo, Portugal já não é aquela terrinha de um povo que emigrava e aceitava os trabalhos mais duros. É um país moderno, com o padrão civilizacional da Europa. Só precisa de ser mais conhecido e ser adoptado como um dos grandes destinos turísticos do mundo.

*Presidente da APEMIP, assina esta coluna semanalmente