SOL&SOMBRA

O mais e o menos da semana visto por José António Lima.

António Guterres

Bastou uma sua curta declaração a admitir, no plano teórico, uma candidatura a Belém em 2016 para colocar, de imediato, em alvoroço todo o xadrez eleitoral, tanto à esquerda como à direita. O que vem demonstrar o invejável estatuto político que a sua figura atingiu – no momento em que decidir ser candidato presidencial, nenhum concorrente na área socialista ousará interpor-se ou avançar. E, à direita, foi desde já visível a preocupação que suscita a sua entrada na corrida presidencial. Tem tudo a seu favor, até o ciclo pós-troika e a rotação de poder pós-legislativas, para chegar a Belém.

 

Leonardo Jardim

A sua contratação pelos milionários donos do Mónaco, para substituir o italiano Ranieri, é o reflexo da elevada cotação internacional que o treinador madeirense alcançou. Já brilhara há três anos no Sp. Braga, teve uma passagem atribulada mas desportivamente inatacável pelos gregos do Olympiacos e pegou num Sporting destroçado e que vinha da pior classificação de sempre para o levar ao 2.º lugar e à entrada directa na Champions. Vai ganhar seis ou sete vezes mais em França – mas está obrigado ao objectivo de vencer o Campeonato e de superar o PSG.

Jorge Jesus

Nestas semanas de euforia benfiquista, a derrota na final de Turim frente ao Sevilha caiu como um balde de água gelada – e fez reavivar fantasmas do pesadelo de há um ano. Se o Benfica é o recordista mundial de finais perdidas (8 consecutivas, desde 1963), o seu treinador parece querer também figurar na lista dos casos raros do futebol, ao perder duas finais seguidas da Liga Europa. Mas este ano já ganhou o Campeonato e, no domingo, pode juntar-lhe um troféu que há muito ambiciona: a Taça de Portugal.

 

João Rendeiro

O fundador e líder do Banco Privado Português (BPP) foi agora condenado, pelo Tribunal do Comércio de Lisboa, por insolvência culposa do banco que dirigia. Sentença que o inibe de exercer quaisquer actividades comerciais durante oito anos. E continuam a correr outros processos, do MP, do Banco de Portugal, da CMVM. Contas intermináveis – e inevitáveis – com a Justiça.
José António Lima