Em comunicado, a APM começa por frisar que mantém uma posição contrária à realização de exames no 1.º e no 2.º ciclos do ensino básico, por os considerar desajustados a uma correcta avaliação das aprendizagens dos alunos.
"Consideramos que esta prova, estando globalmente de acordo com o Programa de Matemática do Ensino Básico em vigor para estes alunos, apresenta um significativo número de questões cuja resolução exige vários cálculos e raciocínio não directos, tornando a prova extensa e com um grau de complexidade considerável", defende a APM, no documento, a propósito da prova realizada hoje pelos alunos do 4.º ano.
Os professores criticam ainda "o excessivo peso dado ao cálculo", assim como a dificuldade de interpretação do enunciado, "pouco adequado a alunos desta faixa etária", uma vez que se recorre a "uma formalidade de linguagem que, com estes alunos, em regra, não é utilizada".
Sobre a prova de Matemática feita pelos alunos do 6.º ano, a APM entende que estava "globalmente de acordo" com o programa da disciplina, "apresentando, no entanto, um significativo número de questões cuja resolução exige vários cálculos e raciocínios, até em questões de escolha múltipla, o que não permite, nestes casos, identificar as dificuldades e os erros eventualmente cometidos".
Também para os alunos do 2.º ciclo, a associação de professores contesta "o excessivo peso dado ao cálculo", e considera "desadequadas as escolhas de algumas das quantidades numéricas em certos itens que, ainda que trabalhados com calculadora, desviam o aluno do essencial e introduzem dificuldades e dúvidas desnecessárias".
Cerca de 210.000 alunos deverão ter feito hoje a prova final de matemática, do 4.º e do 6.º ano, depois de idêntico número ter comparecido ao exame de português, realizado na segunda-feira, segundo dados do Ministério da Educação.
Os resultados são afixados a 12 de Junho, de acordo com o Ministério.
Realizadas por mais de cem mil alunos em cada ciclo de ensino, as provas finais envolvem, também em cada ciclo, perto de 10.000 professores no processo de vigilância.
As provas do 4.º e 6.º ano de escolaridade realizam-se em 1.088 e 1.150 escolas, respectivamente.
Este ano, as provas do 4.º ano passam a ter um peso de 30% na avaliação final, à semelhança dos exames realizados nos outros anos de escolaridade, depois de, numa primeira fase, ter sido considerada apenas uma ponderação de 25%.
Lusa/SOL