“É mais do que um novo alerta, é um choque, um sismo”, aceitou o homem que assumiu a chefia do Governo após o primeiro grande desastre do PS de Hollande, nas municipais de Abril.
A vitória da Frente Nacional de Marine Le Pen foi tão taxativa que passou a certeza pouco depois do fecho das urnas. Um em cada quatro franceses que foram às urnas escolheu a extrema-direita que divide as culpas da crise entre os imigrantes e os eurocratas de Bruxelas.
E se em França foram 25%, na Dinamarca ‘ficaram-se’ pelos 23%, no Reino Unido 22%, na Áustria 20%, na Hungria 15%, na Finlândia 13% e na Grécia 12%. É a percentagem atribuída a partidos de extrema-direita, muitos com ideias e líderes assumidamente racistas.
O próprio Nigel Farage, também vitorioso no Reino Unido com a sua mensagem anti-UE, acusou Le Pen e o holandês Geert Wilders de «racismo e anti-semitismo» para justificar a recusa em aderir ao novo bloco eurocéptico no PE da dupla franco-holandesa.
Com um, dois ou nenhum grupo, certo é que o número de eurocépticos em Bruxelas vai crescer exponencialmente, podendo até chegar à centena. Isto porque além das formações nacionalistas já citadas, há muitos outros novos membros resultantes da contestação aos partidos tradicionais que se fez sentir em todo o Continente.
Exemplo disso é o Movimento 5 Estrelas do comediante italiano Beppe Grillo, apontado ao segundo lugar com mais de 25% dos votos.