O nosso populismo anti-sistema é melhor que outros

À hora a que escrevo ainda não sei quem vai ganhar as eleições europeias, cá, por um lado, e em toda a UE, por outro lado. Nem me atreveria a afirmar hoje preferências. A acreditar nas sondagens entretanto saídas, cá ganhará o PS, e na UE em geral o grupo conservador, capitaneado por Juncker (um…

O que me interessa aqui vincar é isto: o nosso populismo anti-sistema é melhor do que outros estrangeiros. Segundo as sondagens, Marine Le Pen, da Frente Nacional, em França, e Nigel Farage, do UKIP, em Inglaterra, deverão ser os vencedores nos seus países. E a extrema direita, ou ao menos partidos eurocépticos anti-sistema, devem subir desalmadamente em quase todos os outros Estados (apesar de já se dizer que na Holanda cresceram menos do que as sondagens previam). Portugal será aqui uma ilha de civilidade e bom senso. Os portugueses que surgem nos sites da Internet com alarvidades extremistas são afinal uma ínfima minoria, apesar do barulho que fazem.

Já vi por aí chamarem a Marinho Pinto (que nas sondagens aparece com grandes possibilidades de ser eleito) o nosso Beppe Grillo. Devo dizer que prefiro mil vezes o Marinho Pinto, com os seus valores e a frontalidade com que os defende, a um anedótico Beppe Grillo, que afinal nem aceita opiniões adversas.

Talvez o estilo populista de partidos do sistema torne dispensáveis outros populismos. Mas até ao pé de Marine Le Pen ou Lafarge, os nossos Passos e Portas são uns meninos do coro.

Nestas europeias, não nos limitamos a ter um resultado eleitoral diferente do resto do Continente, se as sondagens se confirmarem; somos realmente diferentes, e para melhor.