"Não vale a pena fazer grandes conjecturas. A única opção possível é uma grande coligação entre os dois grandes partidos", declarou Jean-Claude Juncker, numa conferência de imprensa em Bruxelas, um dia após a conclusão das eleições europeias, que ditaram o triunfo do PPE, mas com uma vantagem sobre os Socialistas Europeus muito mais curta do que aquela verificada na anterior eleição, em 2009.
Segundo dados ainda provisórios, o PPE, que integra PSD e CDS-PP, chega aos 214 eurodeputados (contra 273 na anterior legislatura), enquanto o S&D, que inclui o PS, atinge os 189 assentos na assembleia (menos sete que no anterior hemiciclo), o que à partida significa que terá que haver um entendimento entre as duas grandes famílias políticas da assembleia.
Reiterando que os resultados lhe conferem o direito a suceder a José Manuel Durão Barroso na presidência da Comissão Europeia, e manifestando-se convicto de que receberá o apoio do Conselho (Estados-membros), Jean-Claude Juncker admitiu todavia que o processo levará o seu tempo, e não será certamente concluído no jantar informal de chefes de Estado e de Governo que se celebra na terça-feira em Bruxelas, para análise dos resultados das eleições.
"Há muitos assuntos a analisar e outros cargos a distribuir", lembrou, referindo-se às nomeações para outros altos cargos das instituições europeias que também irão ficar vagos em breve, como os de presidente do Conselho Europeu (actualmente ocupado por Herman Van Rompuy), de Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros (ainda na posse de Catherine Ashton), e presidente do Parlamento Europeu, ainda desempenhado por Martin Schulz, que foi o candidato dos socialistas à presidência da Comissão.
No domingo, e já em posse dos resultados, Schulz referiu que Juncker tem certamente o direito a procurar uma maioria na assembleia que lhe garanta a designação para o executivo comunitário, mas garantiu que também fará o mesmo.
Lusa/SOL