"O espaço público é o espaço da cidadania, da aprendizagem, onde se criam comunidades, as pessoas convivem, diferentes culturas se cruzam e comércios se desenvolvem", disse Manuel Salgado, na reunião da Câmara de Lisboa, frisando que a autarquia "pretende uma cidade criativa e a cidade criativa depende da valorização do espaço público".
Na apresentação do projecto "Uma praça em cada bairro", Manuel Salgado explicou que, na prática, pode não ser requalificada uma praça, mas sim um largo, uma rua ou um parque.
Afirmando que Lisboa é uma cidade "extremamente fragmentada", o vereador explicou que em 1946 Lisboa começou a ser desenhada para o automóvel e, a partir daí, "tudo passou a ser diferente".
"O espaço público começou a ser fragmentado e destruído: Temos avenidas que, para se atravessar, são necessárias passagens desfragmentadas, redes inadmissíveis no centro da cidade, estacionamentos que ocupam anarquicamente o espaço público e impedem a passagem dos peões", resumiu.
Para Manuel Salgado, a cidade precisa de novas pistas para bicicletas, esplanadas, árvores, de água e de "tratar a água como elemento de valorização do espaço público", mais locais onde as pessoas se possam sentar e descansar e mais locais onde possam correr para permitir que as pessoas "vivam ao ar livre".
"Precisamos de uma cidade que tenha momentos de festa, arte urbana, animação de rua, precisamos cuidar da frente ribeirinha e de abrir a cidade ao rio", acrescentou.
Num trabalho que está a ser desenvolvido em conjunto com as juntas de freguesia, foram já identificados e programadas 30 intervenções no espaço público lisboeta.
Entre os locais escolhidos para se fazer a requalificação do espaço estão o Largo do Calvário, Picoas, Saldanha, Praça Norte, Largo do Rato, Praça da Alegria e Largo da Graça.
Em declarações aos jornalistas, o vereador disse que a ideia é que "este seja um processo em que a câmara dá apoio técnico, mas têm de ser as juntas a liderar" o processo de reabilitação.
Manuel Salgado declarou ainda que muitas das intervenções identificadas "têm condições para ficarem prontas ainda durante o actual mandato" porque são de baixo investimento, uma vez que necessitam apenas de tintas, bancos e floreiras.
Lusa/SOL