Rússia e Ucrânia unidas para resolver questão na Moldávia

A Rússia e a Ucrânia, actualmente em conflito, comprometeram-se em prosseguir o processo negocial para solucionar a rebelião separatista na Moldávia, disse hoje, em Lisboa, a chefe da diplomacia moldava.

"O formato negocial ainda existe, não foi interrompido devido ao que aconteceu na Crimeia ou nas regiões do leste da Ucrânia", assegurou Natalia Gherman, de visita oficial a Portugal, no decurso de uma conferência de imprensa conjunta no Palácio das Necessidades com o seu homólogo Rui Machete.

A governante disse que "está agendada uma reunião para as próximas semanas e que é importante que os dois países que estão em conflito, a Rússia e Ucrânia, não tenham terminado a sua mediação neste conflito secessionista na Moldávia", vincando: "estamos muito determinados em mantê-lo eficaz e a funcionar". 

A responsável moldava fazia referência ao conflito na região do Transdniestre, no leste do país e junto à fronteira com a Ucrânia, habitada por populações russófonas e que declarou a secessão em 1991 na sequência da desagregação da União Soviética e da independência da Moldávia. 

O conflito na Moldávia está a tentar ser solucionado de acordo com o actual processo negocial, que prossegue e no âmbito da fórmula "5+2", onde estão representados Tiraspol, capital da república secessionista da Mioldávia, Chisinau, e ainda União Europeia, Estados Unidos, Rússia, Ucrânia e OSCE. 

"Recebemos recentemente repetidas garantias por parte da Rússia de que nada vai ser alterado na sua posição face à necessidade de um acordo sobre o conflito no Transdniestre. Tem de ser resolvido na base da soberania e integridade territorial da República da Moldávia. E temos de acreditar nas declarações oficiais russas, provenientes do Presidente, primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros", sublinhou. 

No Transdniestre ainda estão estacionadas tropas russas, cuja retirada tem sido exigida por Chisinau e pela União Europeia. 

E quando se agravou a crise na Ucrânia, os líderes moldavos apressaram-se a exprimir o apoio à soberania e integridade territorial do país vizinho, para além de rejeitarem reconhecer o referendo na Crimeia e a anexação deste território pela Rússia. 

"Os acontecimentos nas regiões leste da Ucrânia provocaram enorme preocupação na República da Modávia. Quando alastraram a Odessa, a região sul perto da nossa fronteira leste, existiu uma forte preocupação e a necessidade de reavaliar todos os nossos planos de contingência", admitiu. 

A ministra moldava, que recebeu o apoio oficial português na preservação da integridade territorial do seu país, sublinhou ainda a determinação em solucionar o conflito e "fornecer um estatuto especial à região". 

Mas insistiu: "Será mantida a unidade e integridade territorial do país e nisso somos apoiados por todos os nossos parceiros e amigos da UE".

Lusa/SOL