O anúncio foi feito hoje, em Lisboa, pelo júri, composto por Rita Marnoto, professora universitária, José Carlos Vasconcelos, jornalista, e os escritores Affonso Romano de Sant'Anna, António Carlos Secchin, José Eduardo Agualusa e Mia Couto, vencedor em 2013.
O júri justificou a escolha, por unanimidade, pela "elevada qualidade em todos os géneros" literários, aos quais Costa e Silva se dedicou, e salientou também a sua "escrita refinada", que construiu "pontes entre os povos".
Alberto Costa e Silva nasceu em São Paulo, em 1931. Membro da Academia Brasileira de Letras, que presidiu entre 2002 e 2003, é correspondente da Academia de Ciências de Lisboa e o décimo primeiro escritor brasileiro a ser distinguido com o Prémio Camões.
A editora brasileira Companhia das Letras, na sua página na internet, considera-o "um dos mais importantes intelectuais brasileiros", "especialista na cultura e na história da África".
Diplomata, foi embaixador do Brasil, na capital portuguesa, de 1989 a 1992, seguindo então para Bogotá, na Colômbia, depois de ter ocupado cargos de representação em diferentes capitais, como Caracas, Roma ou Washington.
Fez parte do júri do Prémio Camões nas edições de 2001, 2003 e 2013.
"Um rio chamado Atlântico", "Perfis Brasileiros", "Livro de linhagem", "Linhas da mão" e, para os mais novos, "Um passeio pela África" e "A África explicada aos meus filhos", contam-se entre as suas obras.
O Prémio Camões foi criado em 1988 por Portugal e pelo Brasil, para reconhecer um autor em língua portuguesa cuja obra "contribua para a projecção e reconhecimento da língua portuguesa".
Em 2012, o Prémio Camões distinguiu o escritor brasileiro Dalton Trevisan e, em 2011, o escritor e jornalista português Manuel António Pina.
Ferreira Gullar (2010), Arménio Vieira (2009), António Lobo Antunes (2007), Sophia de Mello Breyner Andresen (1999), Pepetela (1997), José Saramago (1995) e Jorge Amado (1994) também foram distinguidos com o Prémio Camões que, na primeira edição, reconheceu a obra de Miguel Torga.
Em 2006, o escritor angolano José Luandino Vieira recusou o prémio.
Lusa/SOL