"A partir de agora, todas as minhas conversações são realizadas com esse sentido, que Jean-Claude Juncker seja eleito presidente da Comissão Europeia", declarou a chanceler, de acordo com uma mensagem na rede social "Twitter" do porta-voz, Steffen Seibert.
Esta semana, Merkel foi criticada nos 'media' alemães por não ter apoiado claramente Juncker para substituir José Manuel Durão Barroso à frente da Comissão Europeia, apesar de ser cabeça de lista do Partido Popular Europeu (PPE), do qual fazem parte os conservadores de Merkel, que obteve o melhor resultado no escrutínio europeu no domingo passado.
O PPE conseguiu 213 dos 715 lugares do Parlamento Europeu. O candidato do grupo reivindicou o cargo no domingo, mas para ser eleito deve obter uma dupla maioria: a dos chefes de Estado e de governo e, no mínimo, 317 votos no parlamento.
Vários dirigentes conservadores, como o primeiro-ministro britânico David Cameron, o húngaro Viktor Orban, o sueco Fredrik Reinfeldt, o holandês Mark Rutte ou o finlandês Jyrti Katainen – de acordo com várias fontes europeias – não apoiam Juncker, considerado demasiado europeu e antiquado.
Na segunda-feira, logo após as eleições, Merkel saudou a campanha de Juncker "candidato do PPE ao cargo de presidente da Comissão Europeia", mas indicou serem negociações sobre as próximas nomeações.
"Nem os socialistas, nem os conservadores têm votos suficientes para formarem uma maioria única", sublinhou.
"Enquanto membro do PPE, apoio Jean-Claude Juncker como candidato à presidência da Comissão Europeia (…), mas sou obrigada a respeitar os tratados europeus", declarou a chanceler alemã na terça-feira, lembrando estar fora de questão que a escolha fosse imposta pelo parlamento.
Angela Merkel deve participar a 9 e 10 de Junho numa mini-cimeira na Suécia, com os chefes de governo holandês, sueco e britânico, considerados hostis a Juncker.
Lusa/SOL