"Nunca lhes bati. Acho que não se deve aplicar castigos corporais, sou contra isso", garantiu a arguida, no início do julgamento.
A professora, actualmente com 38 anos, é acusada pelo Ministério Público de dois crimes de maus-tratos, alegadamente perpetrados entre 2010 e 2012, na EB1 Oliveira do Castelo, em Guimarães.
Segundo a acusação, a arguida agrediu dois alunos, com seis e sete anos de idade, nomeadamente com bofetadas e puxões de orelhas.
Terá ainda "dispensado" aos referidos alunos epítetos de parvos, burros, preguiçosos, mentirosos e queixinhas.
A um deles, que "dizia asneiras" e que se "recusava a fazer os trabalhos", aplicaria também de forma frequente o castigo de ficar sem intervalos para recreio.
Acusações que a arguida garantiu não corresponderem à verdade, admitindo, no entanto, que aqueles dois alunos se distinguiam pela sua falta de educação e de regras e por falarem muito nas aulas.
Disse ainda que nunca os insultou, adiantando que uma vez outra poderá ter-lhes perguntado se estavam parvos, quando eles se excediam em algum comportamento.
"Os meus problemas nunca foram com as crianças, sempre me dei bem com os meninos. Dava-me mal era com as mães, porque elas não gostavam que eu lhes chamasse à atenção para o comportamento dos filhos", acrescentou.
A professora foi alvo de um processo disciplinar, que culminou com a aplicação de uma multa, mas com pena suspensa.
Entretanto, mudou de escola, mas nunca deixou de dar aulas.
A mãe de um dos alunos contou hoje que as crianças só começaram a contar abertamente o que se passaria na sala de aula depois de a professora ter ficado de licença de maternidade, no início do ano lectivo 2012-2013.
Lusa/SOL