Verba do leilão de armas da PSP vai para serviços sociais

Os serviços sociais da Polícia de Segurança Pública vão ser os beneficiários da verba arrecadada no leilão de 250 armas que a PSP organiza hoje e terça-feira, em Lisboa, tendo a maioria uma base de licitação de 100 euros.

Na manhã de hoje estiveram em leilão espingardas e, perante um público composto por homens, na maioria caçadores e coleccionadores, chegaram a ser vendidas armas por 560 e 2.630 euros.

As armas a leiloar, entre hoje e terça-feira, no auditório do Comando Metropolitano de Lisboa, em Moscavide, são revólveres (53), pistolas (67), carabinas (20), espingardas (100) e carabinas de ar comprimido (10).

O intendente Pedro Moura, do Departamento de Armas e Explosivos (DAE) da PSP, disse à agência Lusa que a verba a arrecadar vai reverter para os serviços sociais da PSP.

O chefe de divisão de investigação e fiscalização do DAE adiantou que as armas são provenientes de apreensões feitas em processos crimes e de contra-ordenação e cuja decisão recaiu sobre a perda a favor do Estado, além das entregas voluntárias.

Pedro Moura sublinhou que as armas a leiloar nunca estiveram envolvidas em actos criminosos, como suicídios ou homicídios, dado que estas são todas destruídas.

As armas a leiloar estão em "perfeito estado de funcionamento" e encontram-se operacionais, disse, adiantando que uma pessoa que adquirir uma arma classe D pode levá-la hoje para casa. 

Já as armas de aquisição condicionada, como carecem de uma autorização de compra a emitir pela Polícia, podem ser adquiridas dentro de 15 dias, acrescentou.

Podem participar no leilão os cidadãos legalmente isentos de licença de uso e porte de arma – militares, elementos das forças de segurança, juízes e magistrados – armeiros, os titulares de licença de coleccionador e as associações de coleccionadores com museu.

Os titulares de licença de uso e porte de arma adequada à classe da arma a leiloar também podem participar na iniciativa da PSP.

Pedro Pontes é coleccionador de armas e costuma participar em leilões. Quando falou com a Lusa já tinha gastado cerca de mil euros e tenciona adquirir ainda mais armas. 

"Quando venho a leilões não trago um valor estipulado para gastar", disse, sublinhando que compra por gosto e por ser coleccionador de armas. 

Este coleccionador, que compra armas em lojas e em leilões, considera os leilões mais vantajosos porque se pode comprar mais barato e adquirir armas mais antigas que já não estão à venda em lojas.

Sobre o leilão de hoje, afirmou que está a correr bem, estando as armas "a sair a um preço justo". 

Pedro Pontes, que tem cerca de 40 armas em casa, deixou ainda um alerta: "muitas vezes as pessoas oferecem valores exorbitantes, esquecendo-se que depois têm que pagar o IVA".

Pela primeira vez num leilão, o caçador Rogério Claro gastou cerca de 400 euros e considerou que as armas "saem a um preço mais acessível" do que comprá-las nas lojas, apesar de algumas não estarem com o equipamento completo.

"Pretendia gastar esse valor. É a primeira vez que venho a um leilão de armas e resolvi vir ao leilão porque estava a precisar de armas", disse à Lusa o caçador. 

À excepção das carabinas, que têm uma base de licitação de 50 euros, todas as armas vão à praça pelo preço base de 100 euros.

As armas que estão em leilão são provenientes de todos os comandos da PSP, pretendo a Polícia realizar ainda uma outra iniciativa do género até ao final do ano.

Lusa/SOL