De seu nome de registo, António Pires Ascensão, o músico tocava há cerca de 57 anos, tendo também assinado várias letras para fado, como "Quando Amália Acontece", que Carlos Zel gravou.
Tó Moliças tocou viola e viola-baixo, tendo acompanhado Amália Rodrigues a partir de meados da década de 1980, até à morte da fadista, em 1999.
Numa entrevista à Lusa o músico afirmou que guardava "as melhores recordações" de Amália, "quer como intérprete de excepção, quer como pessoa humana e de bom coração".
"Tive o privilégio de acompanhar Amália, que era uma criadora absolutamente genial e única, como de testemunhar a enorme popularidade que gozava tanto em Portugal como no estrangeiro, onde era recebida como uma diva", recordou o músico numa entrevista à Lusa em 2011.
O músico acompanhou os mais diversos fadistas, entre eles, Rodrigo, Ricardo Ribeiro, Nuno de Aguiar, Maria Armanda, Ana Moura, Tânia Oleiro, José Manuel Barreto, Eurico Pavia, Luís Matos, Vítor Duarte Marceneiro, e o cantor Juan de Santanaría.
A fadista Débora Rodrigues, que também foi acompanhada por Tó Moliças, gravou da autoria do músico "Quadras de manjerico".
O fadista e guitarrista Carlos Macedo fez parceria autoral, música e letra, com Tó Moliças, tendo registado um álbum, do qual, entre outros temas, consta "Até o Rei ia ao Fado".
O velório do músico Tó Moliças realiza-se hoje a partir das 17:00 na igreja da Ressureição, em Cascais, de onde sairá o funeral na quarta-feira às 14:30 para o cemitério de Barcarena.
Lusa/SOL