Para quem julga que o vinho se faz apenas de uvas, desengane-se. Aquele de que vamos falar hoje resultou, imagine-se, de um trocadilho. Não o vinho em si mesmo como é óbvio, mas o nome com que foi baptizado há precisamente 100 anos. É verdade. Uma das mais antigas e carismáticas marcas de vinho em Portugal, o Evel, foi registada em 1913 e o seu nome resulta da leitura do anagrama LEVE.
Nessa época, pretendia-se assim evocar as suas características, que afinal chegaram até aos nossos dias; um vinho suave e elegante. Foi conquistando adeptos e atingiu o estrelato na década de 50 do século passado, para o que muito contribuiu o facto de ter sido atribuído o estatuto de fornecedor da Presidência da República à Real Vinícola, empresa que o produz.
O vinho que aqui apresentamos é o Evel XXI branco e o branco 2013, produzido a partir de parcelas seleccionadas na Quinta da Granja e na Quinta de Cidrô, ambas localizadas acima dos 500 metros de altitude, na planície de Alijó e São João da Pesqueira, respectivamente. O clima ameno aqui registado e a elevada altitude são ideais para a produção de brancos frescos, jovens, aromáticos e com excelente acidez. Aromas florais e frutados, notas vegetais e mineralidade, dão-nos um vinho equilibrado e que demonstra um longo final de boca.
Quanto ao Evel XXI Tinto 2012 é produzido a partir de Vinhas Velhas localizadas na famosa Quinta das Carvalhas, a que se juntam as parcelas de Touriga Nacional e Touriga Franca da Quinta do Síbio. Elegante, com notas de frutos vermelhos, ameixa e especiarias, tem final longo e fresco.
Finalmente, e para celebrar o centenário, a Real Companhia Velha escolheu um restrito lote de 3.200 garrafas de um tinto de 2011, feito com as castas de Vinhas Velhas, Touriga Nacional e Touriga Franca.
Que o Evel possa viver, pelo menos, mais 100 anos!
jmoroso@netcabo.pt