É uma história caricata a que é contada esta quinta-feira pelo Jornal de Notícias. Raul Lopes, um gráfico de 48 anos, recebe desde Março de 2013 um subsídio da Segurança Social por supostamente ser pai solteiro, viúvo ou divorciado. O problema é que Raul é casado com a mãe dos seus dois filhos, com quem vive há mais de 20 anos.
Ou seja, Raul recebe um subsídio por ser “pai e mãe” ao mesmo tempo, apesar de dividir a responsabilidade parental com a mulher.
Outra pessoa poderia ter ficado calada e continuado a receber o dinheiro – uns 27 euros por mês. De resto, foi esse mesmo o conselho que Raul terá recebido. Mas o gaiense disse que “não podia aceitar uma coisa daquelas”, e reclamou junto da Segurança Social.
A resposta do organismo surpreendeu Raul. O gráfico recebeu uma nota de débito para devolver 200 euros no prazo de 30 dias, à qual respondeu pelo correio que não se sentia “responsável” por essa dívida.
Entretanto, o abono foi reduzido, o que fez Raul supor que o assunto teria ficado resolvido. Na semana passada, porém, o pai de dois filhos recebeu um novo cheque de 125 euros. A justificação continua a ser a mesma: a Segurança Social não se convence de que Raul não é um pai solteiro.
Ao Jornal de Notícias, Raul estranha que a Segurança Social não reconheça o seu casamento. “Se pago o IMI com a minha mulher, como é possível acontecer este engano?”, questiona.
Estranhos são os caminhos da burocracia em Portugal.