Suponho até conhecer melhor António Costa, filho de uma colega minha, do que Seguro, genro de um agradável conhecimento de Verão.
Mas não posso deixar de notar, ao ler os jornais de hoje, que ontem, na apresentação do seu programa de liderança para o PS e para o Pais, António Costa não se distinguiu substancialmente em nada de Seguro. O que leva a crer estar a ser movido apenas por ambição pessoal, e talvez por pressões de gente do Partido que não gosta de Seguro (já Churchill dizia que os verdadeiros inimigos estão no mesmo partido, e os outros são apenas respeitáveis adversários).
Anteontem, no Porto, na apresentação do seu programa de Governo, para além de repetir de forma mais genérica e menos concreta as posições de Seguro (a tal ‘agenda’ de que falou…) – de diferente, limitou-se a questões pessoais: voz mais assertiva, um encorpado mais gordo, sorriso mais fácil, etc. De resto, até teve uma coisa bastante negativa: a tralha socratista toda ali, a apoiá-lo. Pior: deixou a ideia de que se orgulha de um dos piores momentos do Pais, talvez o pior a seguir à era actual de Passos-Portas, aquilo a que teria chamado o ‘impulso reformista de Sócrates’. Tudo razões para continuar a preferir Seguro, embora preferisse que também ele se defina mais concretamente por oposição a este Governo e a esta Europa.