SOL&SOMBRA

O mais e o menos da semana visto por José António Lima

 

Vital Moreira

Quando a esquerda em geral rejubila com os chumbos do TC enquanto guardião último de uma visão estatista e insustentável da sociedade portuguesa, valham-nos algumas vozes mais clarividentes (e adivinhando o que aí vem por este caminho…) como a deste constitucionalista e socialista. Que apontou, certeiramente e com lucidez, a visão distorcida do TC: defende com zelo os interesses dos funcionários públicos mas não o dos cidadãos em geral – os quais propõe sobrecarregar ainda com mais impostos. Percebe-se que PCP e BE aplaudam este TC retrógrado. Mas o PS… Ainda não percebeu que tudo isto lhe pode cair em cima no Governo?

Ana Drago

Num Bloco de Esquerda que se vai desagregando eleitoralmente aos pedaços, a ex-deputada ainda teve o bom senso de propor um caminho federador à esquerda, unindo movimentos e sensibilidades, como o Livre ou o MAS. Apesar dos pruridos em falar em alianças futuras com o PS (única via para o BE ter alguma utilidade política), a timorata proposta foi chumbada pela cegueira grupal e isolacionalista que domina a direcção do Bloco. Mas a ex-deputada deixou o aviso.

António José Seguro

Na hora em que sentiu a sua liderança ameaçada, lembrou-se de tudo: eleições primárias (que antes rejeitara liminarmente), redução para 180 deputados, nova lei eleitoral… só faltou propor também a redução de concelhos a metade. Ninguém leva a sério este febril alvitrar de propostas. Nem operações plásticas de última hora para transformar a imagem de líderes frouxos em líderes durões. Para adiar o inadiável vai fazer o PS pagar um preço político elevado.

 

Sousa Ribeiro

O presidente é o símbolo extremado e radical da mentalidade que se tornou predominante no TC: o fundamentalismo protector do estatuto dos funcionários públicos (no qual os próprios juízes do TC se integram) e da desmesurada despesa do Estado. Em detrimento das empresas e trabalhadores do sector privado, da sustentabilidade da governação e dos compromissos externos assumidos pelo país. Era melhor saírem do TC e formarem o Partido do Funcionalismo Público – assim entravam abertamente e sem disfarces no terreno da luta política.

jal@sol.pt