Mas parece-me o cúmulo da hipocrisia se os Conservadores que ganharam as eleições europeias com a bandeira de Juncker, o queiram agora substituir. E parece-me ainda menos compreensível fazê-lo sob o argumento de ceder ao britânico Cameron (mesmo estando ele noutro Grupo Europeu) – o qual, depois da derrota clamorosa sofrida nestas eleições, devia procurar ser mais discreto.
Leio que Juncker afirma a intenção de não ceder a Cameron – e não ceder a tudo só para ser presidente da CE (como terá feito Durão Barroso). Mais um motivo para o admirar: Assim ele se mantenha firme, e assim chegue à presidência da Comissão Europeia – que dessa forma pode recuperar justamente o bom nome que teve em tempos de Delors, ainda que com posições distintas. Se ele se afastar da corrida, podemos temer o pior do futuro imediato da UE, e afastarmo-nos definitivamente das suas eleições.