Uns copos a mais não têm o mesmo efeito em todas pessoas. Há quem fique alegre ou mesmo eufórico, quem comece a cantar, a rir e a falar alto. Há quem fique chato, atiradiço. E depois há aqueles que desatam a chorar pelos males da vida ou – pior – que se tornam agressivos e se coloquem a si e aos outros em perigo.
E no entanto, e ao contrário de outras substâncias como algumas drogas leves, o álcool contém apenas uma substância psicoactiva. Onde está então a explicação para efeitos e comportamentos tão diferentes?
A revista online norte-americana Slate reúne várias teorias que os cientistas têm explorado. Estudos de psicologia conduzidos em laboratório concluem que quem tem tendência a ter gestos irreflectidos quando está sóbrio fará exactamente o mesmo quando alcoolizado. Ou seja, há investigadores que afirmam que o álcool não serve de desculpa para os disparates que por vezes fazemos.
Em 2010, outro estudo explorou a hipótese biológica, recorrendo a irmãos gémeos. Aqui, a conclusão é que, em pelo menos um terço dos casos, ser-se um bêbedo agressivo é um produto dos nossos genes.
Ou seja, o que a ciência nos diz é que não podemos dizer com toda a certeza que a culpa está no álcool. Os actos, bons ou maus, divertidos ou perigosos, ficam mesmo com quem os pratica. E a partir daí, é um problema de personalidade e de genética.