Amazónia, o tapete de bilhar de Pirlo

Manáus é um imenso tapete verde, ao contrário do que os ingleses andaram a dizer nas últimas semanas. Queixaram-se do relvado e dos seus buracos, chamaram-lhe uma selva com um estádio enfiado na floresta e sem condições para jogar à bola. Por isso foram assobiados pelos brasileiros da casa.

Amazónia, o tapete de bilhar de Pirlo

No dia do jogo toda a gente viu o que se estendia para lá das bancadas: um relvado digno dos melhores jogadores de bilhar. Pirlo, o Professor, levou o taco. E isso foi fatal para a Inglaterra, que saiu derrotada por 2-1.

Andrea Pirlo, 34 anos, foi o maior dos maiores. Os passes, as aberturas e aquela simulação para o primeiro golo, deixando Marchisio só para preparar o remate. Mas Candreva foi um discípulo à altura do seu sensei – aquele cruzamento guiado para a cabeça de Balotelli… E o avançado, frio como gelo naquele caldeirão a mais de 30 graus, bateu Hart, o guarda-redes inglês.

Na Itália, Buffon foi baixa de última hora e surgiu Sirigu, que defendeu tudo o que era defensável para desespero dos ingleses Gerrard e companhia.

A Inglaterra (que não vence a Itália num jogo oficial há 37 anos) também levou os seus artistas. Sturridge, e não só pelo golo que marcou – a culminar uma bela jogada pelo lado esquerdo (a abertura de Sterling para Rooney  – vai em nove jogos em Mundiais sem marcar… – e este para Sturridge). Tudo a dançar. E Sturridge foi um dos melhores dançarinos da noite.

 

 

No grupo da morte, fez-se pela vida. A Inglaterra teve mais posse, rematou mais. Mas não tem um pensador como Pirlo. Diz ele que é em Espanha que compreendem o seu futebol. No Brasil, a pátria do futebol, acolheu-o de braços abertos, mesmo pela selva de Manáus. A bola que atirou à barra no último suspiro do jogo, num livre directo, seria o ponto final perfeito, mas o itliano limitou-se a sorrir.

Ainda falta muito Mundial. E a Costa Rica é líder do Grupo D, com a vitória tão inesperada quando expressiva sobre o Uruguai (3-1).

 

FICHA DE JOGO

Estádio Arena Amazónia, em Manáus.

Golos

0-1 por Marchisio, aos 35'; 

1-1 por Sturridge, aos 37';

1-2 por Balotelli, aos 50'.

 

Equipas

Inglaterra

Hart; G. Johnson, Cahill, Jagielka, Baines; Gerrard, Henderson; Sterling, Rooney, Welbeck e Sturridge.

Suplentes

Lampard, Shaw, Smalling, Ben Foster, Oxlade-Chamberlain, Jones, Milner, Lambert, Lallana, Barkley, Forster, Wilshere.

 

Itália

Sirigu; Darmian, Paletta, Barzagli, Chiellini; De Rossi, Marchisio; Pirlo, Verratti; Candreva e Balotelli.

Suplentes

Mattia De Sciglio, Insigne, Motta, Abate, Cassano, Cerci, Perin, Aquilani, Immobile, Parolo, Bonucci, Buffon.

 

Árbitro

Bjorn Kuipers (Holanda)

Assistentes

Sander Van Roekel (Holanda)

Erwin Zeinstra (Holanda)

4.º árbitro
Walter López (Guatemala)

 

TEMPO

(noite limpa)
31° C 
10 m/s vento
61% humidade

 

SOL