A maior estrela de Portugal, CR, entrou a coxear, com uma ligadura no joelho – por muito que tentasse disfarçar, não se viu um arranque do Adónis português. Mas mesmo assim resistiu até ao fim e os seus livres até levaram (algum) perigo à baliza de Neuer. Ainda mais coxos que Ronaldo saíram Hugo Almeida – ainda na primeira parte – e Coentrão, a meio da segunda.
Do outro lado, o muro alemão. No banco, Miroslav Klose, o maior goleador em Mundiais ainda no activo (14). No campo, Thomas Müller, marcou três e chegou aos 8. O que quer dizer que a Alemanha tem na sua equipa uma artilharia pesada, que apontam a Ronaldo (o brasileiro) para o destronar no trono de maior goleador de sempre em Campeonatos do Mundo (soma 15).
Sim, Fontaine (13) e Pelé (12) aparecem mais atrás. Mas logo a seguir estão mais duas glórias alemãs: Klinsmann (11) e Gerd Müller (8). Assim se fazem campeões.
Esta Alemanha não repete só goleadas. Repete vitórias sobre Portugal. Já o tinha feito nos últimos três duelos anteriores em fases finais (2 em Europeus e uma no último Mundial). Uma sina? Sim, em 17 duelos, os alemães venceram 9, os portugueses apenas cinco. E encaixar três golos antes do intervalo não é coisa nova para Portugal, já o tinha feito em 1966 e 2002.
Parece uma história tão antiga como Salvador da Bahia, quando a coroa portuguesa decidiu assentar a base colonial por ali em 1549. E foi aqui que, cinco séculos depois, Portugal começou a levar uma lição dos alemães.
Primeiro um erro infantil de João Pereira, deixou-se antecipar por Götze, puxou o adversário e o árbitro sérvio achou que era penálti. Müller não perdoou.
Se isto foi infantil, o golo de Hummels pareceu ainda mais: um canto e o central alemão apareceu sozinho sem marcação, deixando Pepe pregado no chão.
Não seria o único erro de Pepe. Minutos depois, envolveu-se com Müller, encostou-lhe a cabeça e foi expulso. Pareciam um bando de miúdos no parque infantil.
Depois foi uma Alemanha adulta a ver um puto Portugal a brincar. Quando chegava a hora, tirava-lhe a bola e marcava um golo. Ou fazia por isso.
Derrota justa de Portugal, vitória impecável da Alemanha.
SOL