Juan Carlos, de 76 anos, não calculou o impacto negativo de uma caçada aos elefantes em África nos seus súbditos fortemente afectados pela crise económica. Mas Felipe, de 46, parece estar mais sintonizado com os seus compatriotas – e apostado em evitar os erros do pai.
Por isso, nesta ocasião solene para a monarquia espanhola, o que mais se destaca é o que não acontecerá. Não haverá banquete de Estado, não estarão presentes representantes de Casas Reais ou Chefes de Estado estrangeiros, não haverá cerimónias ou desfiles aparatosos.
Tendo em conta o habitual padrão de gastos da realeza, serão festejos bastante modestos. Haverá uma recepção em pé onde serão servidas tapas e não se beberá champanhe, mas Cava – o espumante espanhol, maioritariamente produzido na Catalunha.
“Mais do que tudo, pretende-se passar uma mensagem. E dizer: ‘A sobriedade nos gastos mostra um sentimento de solidariedade neste momento de dificuldade económica dos espanhóis’” considera um professor de História da Universidade de Navarra, Pablo Perez Lopez.
Juan Carlos já assinou, na tarde de hoje, a declaração formal de abdicação – tendo recebido um longo aplauso que o emocionou. A declaração entra em vigor à meia-noite, altura em que um novo Rei entra na História de Espanha.