Como vão ser os hotéis no futuro?

E se quando estivesse num hotel e quisesse ligar para a recepção, pudesse fazê-lo através do skype? Ou se fosse possível ter uma aplicação no telemóvel que permitisse chamar o serviço de quartos? Ou abrir a porta com o seu smartphone?

Estas são inovações que, num futuro mais ou menos próximo, poderão tornar-se realidade, acredita Even Frydenberg, vice-presidente da cadeia Starwood Hotels & Resort, dona de marcas como o Sheraton, Westin, W, Meridien ou St.Regis, e uma das maiores do mundo.

Em entrevista ao SOL, o hoteleiro avança que desde Janeiro que a empresa norte-americana está a testar um sistema de check-in sem chave em dois hotéis boutique da sua rede de mais de 1.180 unidades pelo mundo.

No Aloft Harlem (Nova Iorque) e no Aloft Cupertino (Califórnia), os hóspedes não precisam de chave ou de cartão para entrarem no quarto. Basta uma aplicação no telemóvel que funciona através de bluetooth e… ‘Abre-te Sésamo’.

“Ainda está em fase de testes, mas temos planos para introduzir este sistema em todos os hotéis Aloft e W”, avança o vice-presidente. “Como as tecnologias móveis criam novas expectativas dos nossos hóspedes e clientes, estamos a fazer uma grande aposta na inovação digital e na personalização”, assume.

Naquela que apelida de “idade da Grande Mudança”, Even Frydenberg argumenta que “os smartphones estão a tornar-se o controlo remoto das nossas vidas”.

“Como os nossos clientes fazem cada vez mais através dos seus smartphones, acreditamos que também vão querer usar estes dispositivos para controlar a sua experiência num hotel. Estamos a acelerar a inovação móvel para que, dessa forma, possamos conectar-nos com os nossos clientes em cada momento: antes, depois e durante a sua estadia”, frisa.

Acrescenta ainda que 42% das visitas ao site da Starwood são hoje feitas através de dispositivos, mais 16% do que há dois anos. Em 2015, a companhia antecipa que a interacção com os seus clientes através de telemóvel, tablet ou smartphone ultrapasse a que é feita através dos computadores de secretária.

O também director de operações da Starwood para a Europa Ocidental afirma ainda que a passagem de milhões de pessoas das classes baixas para a classe média nos países emergentes como a China, Índia ou Brasil, o maior poder de compra, a urbanização e a maior conectividade global “estão a estimular o mercado das viagens”. E é preciso saber que estes novos públicos procuram novidade, inovação, tratamento personalizado. 

Actualmente, a Starwood têm as suas marcas em cinco hotéis em Portugal: hotéis Sheraton em Lisboa, Porto e Albufeira, Pine Cliffs Residence e Convento do Espinheiro, em Évora.

Mas os planos da marca são para crescer em território nacional. 

“Estamos activamente à procura de novas oportunidades”, assegura Even Frydenberg.

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 ana.serafim@sol.pt