Além do reforço de poder no mundo lusófono, Meirinhos promete criar uma “revista maçónica digital” e defende um papel activo da maçonaria na sociedade. Isto para promover os “valores maçónicos” num “tempo em que estão a emergir fenómenos populistas e em que as condições de vida das pessoas se degradam brutalmente”. É preciso agir “sem nos abrirmos em excesso mas sem nos fecharmos sobre nós próprios”, diz o próximo líder dos maçons na entrevista que deu ao blogue maçónico.
Júlio Meirinhos, que ganhou com cerca de 70% dos votos, derrotou o arquitecto das Caldas da Rainha, José Pereira da Silva, que tinha o apoio de alguns membros da polémica Loja Mozart, que protagonizou um escândalo depois de serem conhecidas as relações que ali existiam entre a política, os serviços secretos e a Ongoing.
Meirinhos, por seu lado, representa a continuidade, tendo sido nos últimos anos, vice-grão-mestre do actual líder José Moreno. Este irá entretanto, no próximo sábado, analisar o relatório elaborado pela comissão de eleições sobre a ida às urnas dos maçons e promulgar o decreto de nomeação do seu sucessor, que apenas tomará posse em Setembro, após uma reunião marcada para dia 21. Só nesse dia Moreno passará o testemunho (o que em linguagem maçónica que diz ‘passar o malhete’) ao colega que se tornará o 7º grão-mestre da GLLP.
O socialista agora eleito, que entrou para a maçonaria em 1992, pertence à Loja Rigor, onde está também Hernâni Dias, o social-democrata que o derrotou nas últimas eleições autárquicas para a presidência da Câmara Municipal de Bragança. Júlio Meirinhos, licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, iniciou a sua carreira política aos 25 anos como presidente da Câmara de Miranda do Douro, tendo sido também deputado e governador civil.