SOL&SOMBRA

O melhor e o pior da semana visto por José António Lima.

Carlos Costa

O governador do Banco de Portugal tem desempenhado um papel cada vez mais relevante, de rigor profissional e exigência ética, nos bastidores da alta finança e até da vida política do país. Já fora significativa a sua intervenção nos últimos meses da desvairada e irresponsável governação de Sócrates. Agora, ao que se vai sabendo, tem sido crucial o seu zelo fiscalizador sobre os atropelos cometidos na gestão do BES e a crise da sucessão de Ricardo Salgado, do qual forçou a saída. E, num aviso ao que nos espera nos próximos anos, veio revelar que serão necessários mais 6,7 mil milhões de cortes de austeridade até 2019 para o país cumprir as suas metas de consolidação do défice. Uma voz realista e ponderada.

 

 

Jerónimo de Sousa

Pediu uma audiência em Belém para ir, mais uma vez, bater na mesma tecla. Foi pedir eleições antecipadas, ainda por cima, no momento mais desajustado: quando o Governo conseguiu chegar ao fim do programa de ajustamento e com o PS em estado crítico a contas com a luta interna pela liderança. Já sabia, à partida, que a proposta não teria qualquer acolhimento presidencial. Isto é só para cumprir agenda e ocupar os espaços mediáticos?

 

 

Carlos Queiroz

Não há pior do que aqueles espíritos ressabiados e com um passado mal resolvido que decidem aproveitar os infortúnios alheios para calcarem quem está no chão e tentarem, oportunisticamente, sair por cima. O ex-seleccionador nacional, que saiu do cargo pela porta baixa e sem deixar saudades, veio agora, depois do desastre de Portugal frente à Alemanha, tentar apoucar Cristiano Ronaldo. Palavras reveladoras de um carácter.

 

 

Pepe

Num jogo de pesadelo da Selecção nacional, em que correu mal quase tudo o que podia correr mal, é a ele que podem ser imputados dois erros fatais: o deixar-se bater facilmente de cabeça no 2.º golo alemão e o ter-se feito expulsar infantilmente – acabando de vez com quaisquer hipóteses da equipa. Teve um papel decisivo, mas desta vez pela negativa.