Pires de Lima falava aos jornalistas à margem da conferência "60 anos de conectividade", organizada pela Câmara do Comércio e Indústria Luso-Alemã (CCILA), que decorre hoje no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa.
Questionado sobre se 2014 é o ano da verdadeira retoma do investimento, o ministro disse: "Está a ser, já não vale apena só acreditar".
Pires de Lima recordou que no último trimestre do ano passado fez várias visitas à Alemanha, onde manteve contactos com vários responsáveis do país.
"Revelei nessa altura que em 2014 veríamos investidores alemães a apostarem em Portugal. É o que está a acontecer, o mais emblemático é seguramente o da Volkswagen Autoeuropa, mas há outros investidores alemães, empresas que já cá estão, outras que estão a conhecer Portugal, que estão a investir" no país, acrescentou.
No primeiro trimestre, o investimento "cresceu, pela primeira vez em muitos anos, 12%, muito mais que as projecções económicas" que tinham sido feitas, sublinhou.
Pires de Lima destacou as características "muito especiais" do investimento alemão, considerando que este devem ser "acarinhadas", e especificou que é um investimento de "longo prazo", muitas vezes "associado à indústria" e "criador de emprego qualificado".
O governante lembrou que os salários médios pagos pelas empresas alemãs em Portugal são altos, referindo que "apostam numa cultura de compromisso social, geralmente "não fazem greves" e "existe uma grande disponibilidade e motivação por parte dos trabalhadores para cumprirem os objectivos".
A conferência da CCILA, que comemora os 60 anos de existência da câmara de comércio, contará com os Presidentes português, Aníbal Cavaco Silva, e da República Federal da Alemanha, Joachim Gauck.
"É bom termos agora cá empresários alemães a constatarem esta viragem que Portugal está a conhecer e a estudarem investimentos adicionais", comentou o governante, que reiterou que "Portugal precisa muito de investimento".
"Há seguramente muitas outras oportunidades de investimento que resultam destes contactos a propósito da vinda a Portugal do Presidente alemão que vão ter consequências na nossa economia. Não é imediato, não é automático, mas investindo em 2014 teremos mais condições para em 2015 e 2016 vermos a nossa economia a crescer e o desemprego a descer", sublinhou.
O governante disse ainda, citando a sua "experiência prática" que quando "as administrações dão o exemplo, se preocupam com as pessoas e as envolvem na gestão, é mais fácil chegar a acordos, ter trabalhadores motivados e produtivos".
Pires de Lima lembrou que nas empresas do sector privado português "as manifestações e greves não têm sido a nota".
"Acho que há um Portugal imenso que está a puxar por esta viragem económica e está ajudar Portugal a crescer", disse, reconhecendo que há greves na Administração Pública, área que atravessa um "momento difícil".
O ministro da Economia esteve reunido com os presidentes da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e a Associação Federal da Indústria Alemã (BDI).
Lusa/SOL