Agora, o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra revelou, num relatório a publicar em livro, que com as alterações legislativas laborais feitas nessa mesma altura, em 2012, o Executivo conseguiu que as empresas ficassem com o equivalente à tal TSU, ou seja, uma média de 400 euros/ano por trabalhador (média, note-se: 2,3 milhões de euros anuais) – exactamente o mesmo que pretendia com a TSU. Como é que as empresas foram buscar isso? Com a diminuição dos ordenados, a redução dos encargos sociais, e o aumento de tempo de trabalho não remunerado. Faça o que fizer, o Executivo Passos/Portas só tem uma cartilha. Com ou sem linha encarnada (de que nunca mais se ouviu falar, desde que Portas foi promovido a vice-primeiro-ministro, e apanhou o susto de ser abandonado pelo seu partido nalgum assomo ético-político).
Governo contorna para cortar mais
Há uns anos o mundo governamental abalou-se, quando o CDS decretou que o aumento das TSU, de forma a transferir dinheiro dos trabalhadores para os empresários (e assim lhes diminuir os ordenados), passava a linha encarnada que o partido não admitia. Houve manifestações contra, artigos críticos, e o Governo recuou.