Um velho slogan publicitário, parece-me que a promover o famoso corneto, rezava mais ou menos assim: ‘A sede aperta quando o calor desperta’. De facto, não é preciso grande ciência para chegarmos à conclusão que o calor desperta em nós a vontade de consumir coisas frescas e aqui deve ser também incluído o vinho.
Independentemente dos gostos de cada um, o vinho branco é rei neste terreno e foi a pensar nos mais acalorados que a José Maria da Fonseca acabou de lançar a colheita de 2013 de cinco dos seus vinhos: Quinta de Camarate (seco e doce), BSE, Periquita e o Montado.
Comecemos pelo Quinta de Camarate Branco Seco, um vinho que já passou por cinco fases. Começou a ser produzido em 1986, a partir das castas Moscatel de Setúbal, Riesling e Gewurztraminer; na década de 90, substituiu as duas castas estrangeiras por duas da região dos vinhos verdes (Loureiro e Alvarinho); em 2007, o Loureiro foi substituído pelo Verdelho (com o objectivo de dar mais complexidade ao vinho) e, finalmente, em 2009, a casta Moscatel saiu do lote onde só ficaram o Alvarinho e o Verdelho. Apresenta muita fruta e um aroma a líchias, alperce e ananás. Quanto ao Branco Doce é um blend de Alvarinho e Loureiro e acompanha muito bem comida asiática.
O BSE (Branco Seco Especial) é uma das marcas mais emblemáticas da José Maria da Fonseca e a sua grande característica é a frescura e acidez equilibrada aliadas a aromas frutados. No que se refere ao Periquita, a casta Verdelho dá-lhe a complexidade aromática (damasco, melão e manga), a Viognier confere-lhe estrutura e o Viosinho empresta-lhe acidez e frescura. Aqui retirou-se também o Moscatel de Setúbal. Finalmente, o Montado (que ao contrário dos anteriores, produzidos na Península de Setúbal, sai da mítica adega de José de Sousa, em Reguengos de Monsaraz) apresenta aromas de limão, ananás, melão e tem uma acidez equilibrada.
Enfim, cinco formas de ultrapassar mais agradavelmente as elevadas temperaturas.
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