Os arguidos, uns agricultores e outros sem ocupação laboral, terão aliciado pelo menos seis pessoas para trabalharem na actividade agrícola e construção civil, nomeadamente nas campanhas agrícolas espanholas, tendo-lhe oferecido em contrapartida um montante diário em numerário, alojamento, transporte e alimentação. No entanto, ao contrário do que lhes fora proposto, as vítimas acabaram por ser forçadas a trabalhar de forma não remunerada, sujeitas a condições indignas e privadas de liberdade, sob ameaças e maus-tratos.
Os crimes aconteceram em várias localidades dos distritos de Beja, Faro e Guarda, e também em Espanha. E, segundo a PJ, durante vários meses os arguidos, com idades compreendidas entre os 23 e 41 anos, “aproveitaram-se das condições de fragilidade”, fazendo-as “circular entre várias famílias, como de mera mercadoria se tratasse”.
Esta operação surge na sequência de várias investigações desenvolvidas nos últimos meses pela directoria do Norte da Judiciária, e que têm vindo a revelar um campo alargado de actuação criminosa deste tipo de redes quer em Portugal e Espanha.
Lusa/SOL