A lenda dos goleadores alemães, que remonta ao Mundial de 70 com Gerd "Bombardeiro" Müller, lembra a história das bonecas russas, um mito quase intemporal, quando um artesão russo esculpiu um exemplar bonito demais para ser exposto. E, para a esconder dentro de outra, foi criando várias bonecas – até perfazer um conjunto de sete.
Müller é a última das criações alemãs, o artesão é Loew. O seleccionador gere com pinças as suas peças. Tem no banco Klose. E no campo Müller. Loew que viu a história correr-lhe à frente dos olhos, vendo os jogos de Gerd Müller e Klinsmann.
O dia 26 de Junho de 2014 foi tão histórico para Klose, como o 27 de Junho de 2006 o foi na carreira de Ronaldo (o brasileiro, não português). Há oito anos, em Dortmund, na Alemanha, o ‘Fenômeno’ marcou um golo contra Gana (na vitória do Brasil por 3- 0) e tornou-se o maior artilheiro em Mundiais, superando o alemão Gerd Müller. Há uma semana, a história repetiu-se com o golo de Klose.
Mas ao contrário de Ronaldo – que deixara Pelé para trás (parou nos 11) –, Klose sabe que tem sombra.
“Não há dúvidas de que o Thomas pode quebrar o recorde, tem um enorme potencial e percebo isso mais de perto agora, que trabalhamos todos os dias. É um grande avançado, mas são precisas muitas outras coisas para um jogador poder brilhar num Campeonato do Mundo”, contou Klose, poucos dias depois de ter chegado ao cume.
Ele sabe do que fala. Agora Müller aparece imparável. Em fomra, apesar do sobrolho cosido. Foi dele o golo da vitória sobre os EUA, que faz a Alemanha passar em primeiro. E deu a mão a Klinsmann, seleccionador dos EUA, para este seguir com eles para os oitavos-de-final. Tudo em cadeia. Uma Matryoshka alemã.
Pode ver o GOLO aqui.
SOL