Desde que o Brasil ganhou esta organização que as comparações com a de 1950 não param. E o fantasma do Uruguai paira um pouco por cada estádio que a canarinha joga. Agora foi no Mineirão, em Belo Horizonte. Lá estava ele à espreita.
Nunca o Brasil foi o mesmo depois de Ghiggia. Nem o futebol brasileiro. Cada conquista é uma superação desse trauma. O primeiro alívio veio em 1958, com a conquista do Mundial da Suécia. Depois 1962, no Chile. E no México, em 1970 – a selecção perfeita com a conquista do “tri” e direito a levar a Taça para casa, em definitivo.
O tetra só apareceu em 1994, nos EUA, depois de várias derrotas e frustrações (a maior a de 1982, com a selecção mais romântica de todas). Em 2002, o Brasil espectacular tinha dado lugar ao Brasil pragmático. Pela mão de Scolari. E resultou.
A mesma mão que voltou outra vez a pegar na “amarela”. Na Coreia-Japão surtiu efeito e acabou com a conquista do “penta”. E o hexa?
Tem de esperar.
Foi a prolongamento. E a penaltis. Nas seis vezes anteriores o Brasil só tinha marcado por duas vezes, no mesmo jogo e pelo mesmo jogador (Leónidas, em 1938). As outras cinco ficou em branco. Para o Chile foi uma estreia em Mundiais.
Tudo podia ter acabado mais cedo se aquela bola de Pinilla tem entrado na baliza do Brasil no último minuto. Foi à barra. Como o ultimo penalti no desempate foi ao poste. A sorte desta vez esteve com os brasileiros. Mas o fantasma de 1950 não foi embora.
Estádio Mineirão, Belo Horizonte.
Golos 1-1 (no final dos 120 minutos)
Desempate por penáltis:
1-0, por David Luiz;
1-0, falhou Pinilla;
1-0, falhou Willian;
1-0, falhou Sánchez;
2-0, por Marcelo;
2-1, por Ruiz;
2-1, falhou Hulk;
2-2, por Díaz;
3-2, por Neymar;
3-2, falhou Jara.
Ganhou o Brasil.