"Quando chegámos a cobertura estava tomada pelo incêndio e, quando pudemos entrar, lamentavelmente encontramos um menino de cinco ano já sem vida", contou à agência Lusa o comandante dos Bombeiros Voluntários da Amadora, Mário Conde.
O sinistro, que deflagrou às 20:15 num sótão do terceiro andar de um prédio na Praceta Marquês das Minas, provocou dois feridos ligeiros, um dos quais um bombeiro em consequência do esforço no combate às chamas.
"A senhora desceu as escadas a gritar por socorro, deixando a criança em casa, e depois já não conseguiu voltar a entrar para a ir buscar", explicou o comandante dos bombeiros, acrescentando que a outra pessoa com ferimentos ligeiros morava noutro apartamento do terceiro andar do prédio.
Moradores na vizinhança alertaram os bombeiros para a possibilidade de se encontrarem no apartamento mais crianças, mas após a extinção das chamas, pelas 22:45, apenas foi encontrado o corpo do menino deitado na cama, adiantou Mário Conde.
"Estava em casa e ouvi a senhora pelas escadas abaixo a gritar", contou à agência Lusa Alice Oliveira, 68 anos. A moradora no rés-do-chão sabia que os apartamentos do terceiro andar eram habitados, mas afirmou que "do segundo andar para cima não conhecia ninguém".
Vítor Rocha, de 74 anos, residente no segundo andar, descreveu que ouviu a vizinha a "gritar por socorro" e que a sua mulher "ainda foi buscar um balde de água, mas já não serviu de nada" devido ao fumo provocado pelas chamas.
A moradora do apartamento onde ocorreu o incêndio tem 41 anos e é natural da Guiné. Vítor Rocha adiantou que a vizinha "mora no prédio há cerca de dois anos" e que o marido está emigrado em França.
A mulher foi transportada para a esquadra da PSP na Damaia e pela 01:15 entraram no edifício elementos da Polícia Judiciária para investigar as causas do sinistro.
Apesar de os bombeiros terem conseguido conter as chamas à cobertura do prédio, impedindo a sua progressão para os edifícios vizinhos, os serviços da Segurança Social realojaram duas pessoas, informou o comandante dos bombeiros.
Os restantes moradores optaram por pernoitar em casa de familiares.
No combate às chamas estiveram envolvidos 48 bombeiros e 17 viaturas das corporações da Amadora, Queluz, Belas e Carnaxide, elementos da Proteção Civil municipal e do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
Lusa / SOL