"Quando um país paga e assume as suas obrigações financeiras, um juiz não pode alterar a relação contratual entre as duas partes (…). Os fundos foram depositados como era devido para estarem à disposição dos credores que aceitaram a reestruturação de dívida", afirmou hoje em conferência de imprensa o chefe do Governo argentino, Jorge Capitanich.
Depois da crise financeira de 2001, Buenos Aires conseguiu chegar a acordo com 93% dos credores para reestruturar a sua dívida e está a pagar-lhes regularmente o que foi acordado. Os restantes 7% recusaram o acordo e um juiz norte-americano, Thomas Griesa, decidiu que a Argentina tem de pagar a fundos especulativos detentores de dívida não reestruturada que reclamam 100% do valor nominal dos títulos que possuem.
De acordo com a decisão judicial, o pagamento a esses fundos é prioritário em relação ao pagamento aos credores que aceitaram a reestruturação da dívida.
Na passada quinta-feira, a Argentina depositou mais de mil milhões de dólares destinados a pagar aos credores que renegociaram a dívida, mas o juiz Griesa ordenou na sexta-feira a restituição às autoridades argentinas da verba depositada enquanto decorrem negociações sobre as modalidades de pagamento aos fundos que ganharam na justiça.
Lusa/SOL