Na passada terça-feira, e após um julgamento que durou mais de 100 dias, o tribunal londrino de Old Bailey considerou Andy Coulson, antigo chefe de redacção do News of the World, culpado do envolvimento em escutas ilegais realizadas pelo tablóide britânico.
Coulson, que enfrenta agora uma pena máxima de dois anos de prisão, deverá conhecer a sentença na sexta-feira.
Na mesma ocasião, o júri do tribunal londrino não se pronunciou sobre outras duas acusações que visavam o ex-assessor do primeiro-ministro britânico, David Cameron.
O Ministério Público britânico tinha até hoje para decidir se abandonava as acusações ou convocava um novo julgamento. A data do novo julgamento ainda não foi divulgada.
Andy Coulson, de 46 anos, e o antigo correspondente real do jornal News of the World Clive Goodman, de 56 anos, vão responder diante da justiça por duas acusações por corrupção de funcionários públicos entre 2002 e 2005.
Os dois homens são acusados de ter pago a funcionários públicos para ter acesso a listas que incluíam todos os contactos reais, nomeadamente dos trabalhadores do Palácio Real.
A outra principal acusada no processo das escutas do News of the World, a ex-directora do jornal Rebekah Brooks, foi absolvida.
Andy Coulson foi recrutado em 2007 por David Cameron quando este ainda liderava a oposição conservadora, tendo integrado posteriormente a equipa do nº10 de Downing street, após a vitória do então líder conservador nas eleições em 2010.
Coulson, que foi chefe de redacção do 'News of the World' entre 2003 e 2007, acabaria por renunciar ao cargo de assessor de imprensa de Cameron em Janeiro de 2011, depois de ter sido pressionado pelo escândalo das escutas telefónicas.
Após a divulgação do veredicto do mediático julgamento, David Cameron apresentou um pedido de desculpas "completo e sincero" por ter recrutado como director de comunicação Andy Coulson.
"Assumo a inteira responsabilidade pelo seu recrutamento. Lamento muito tê-lo contratado, foi uma decisão errada, e sou muito claro quanto a isso", disse então Cameron, numa declaração transmitida na televisão britânica.
O jornal News of the World, título detido pelo magnata dos media Rupert Murdoch, foi extinto em Julho de 2011 após o escândalo das escutas, que envolveu várias centenas de pessoas, incluindo figuras públicas britânicas, como o príncipe William e a sua mulher, Kate Middleton, ou o actor Jude Law.
Lusa/SOL