Dados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas mostram que, até dia 15 de Junho, tinham sido consumidos pelas chamas 4.224 hectares de matos e florestas. Ou seja, mais do dobro do ano passado, mas menos 60% da média dos últimos dez anos. O número de ocorrências também esteve bastante abaixo da média, com 5.500. Na contabilidade dos incêndios, o distrito da Guarda é o que regista mais fogos e área ardida.
Na véspera do arranque da fase Charlie, o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, manifestou-se preocupado por os bombeiros ainda não terem recebido os equipamentos de protecção individual. Os concursos para aquisição destes equipamentos foram publicados em Março do ano passado e ficou acordado com o Governo que seriam as Comunidades Intermunicipais (CIM) a dotar os bombeiros de equipamentos de protecção individual, que são compostos pelo fato, luvas, botas, capacete e máscara.
"São as CIM que ficaram com a responsabilidade de fazer as aquisições. Sei que todos [os concursos] estão a correr, mas é verdade que muitos ainda não foram entregues. Estou evidentemente preocupado e preferia que tivessem sido entregues", disse hoje Miguel Macedo, à margem da cerimónia de entrega de novas viaturas para a GNR.
Fase com mais meios no terreno e mais restrições
Até 30 de Setembro, vão estar no terreno 9.697 elementos, 2.027 veículos e 49 meios aéreos, além dos 237 postos de vigia da responsabilidade da GNR, segundo o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais.
Neste período, e nas zonas agrícolas e florestais, é proibido fumar, fazer fogueiras, queimas ou queimadas. Os foguetes e balões com mecha acesa estão também proibidos, bem como os tractores e máquinas agrícolas que não possuam extintor e sistema de retenção de fagulhas e faíscas. O ICNF lembra ainda que a maioria dos incêndios têm origem humana e aconselha os cidadãos a redobrarem os cuidados nos espaços florestais e de maior risco.