De um lado temos os homens das luvas Rais, Enyeama, Howard, Ochoa, Courtois, Julio Cesar, Neuer e Keylor Navas. Do outro os artistas do golo e das assistências James Rodríguez, Messi, Neymar, Sneijder, Giovani dos Santos, Bryan Ruiz. É incompatível? Por estranho que pareça não.
Estão bem uns para os outros.
Uns a defender – e bem. Outros a atacar – e a marcar.
Este Mundial é, ao mesmo tempo (se isto não é um paradoxo?), o que tem mais golos dos últimos anos – e aquele cujos guarda-redes têm sido mais decisivos. O quee?
Mesmo que não haja mais golos até ao fim (e isso até é possível, há sempre o recurso aos penáltis e isso não entra nas contas) esta é já a edição com mais golos das duas últimas edições.
No final do dia de terça-feira, com o fim do último jogo dos oitavos-de-final. O Mundial 2014 somava 154 golos marcados, nove a mais que toda a edição da África do Sul, em 2010, e sete a mais que o da Alemanha, em 2006.
A média de golos já é superior à de pelos menos três Mundiais – se se mantiver assim até final ficará com uma média de 2,40 por partida é maior que a de há oito anos na Alemanha (2,29 golos por jogo) e há quatro na África do Sul (2,26). A pior média é a do Mundial 1990, em Itália, com 2,21.
No Brasil, vemos quase três golos por jogo (2,8).
Culpa de James – o melhor marcador é da Colômbia, passou pelo FC Porto e joga no Mónaco (já piscou o olho ao Real Madrid. Leva cinco golos. E há cada um.
Depois há Messi.
E Ruiz.
E Sneijder.
Ou Giovani.
E se os camisolas 10 têm brilhado com golos e assistências, o que dizer dos guarda-redes?
Lembra-se de Rais contra a Alemanha? (foi-se embora do Brasil, mas deixou 20 defesas para a posteridade)
E de Enyeama frente a Argentina? (22 defesas)
Ou Howard contra a equipa toda da Bélgica. (fez 27 defesas, 14 foram contra os belgas)
E, claro, Ochoa. Nenhum brasileiro se irá esquecer… (saiu com 10 defesas)