De acordo com os mesmos números, a grande maioria dos portugueses optam por fazer turismo dentro do país: em 2012, 29,9% dos residentes preferiram "ir para fora cá dentro", enquanto apenas 2,9% preferiram viajar além-fronteiras e outros 5,2% viajaram tanto em território português como noutros países.
Por outro lado, os reformados representavam quase um quinto (18,2%) do total de turistas portugueses em 2012 (ano mais recente com dados disponíveis), quando em 2002 eram 15,7%. Já o peso dos alunos também subiu nesta década, passando de 12,3% do total de turistas para 20,7%.
No entanto, um dos maiores espelhos das alterações sociais nos últimos anos é a descida gradual no número de turistas empregados, em contracorrente com os desempregados na mesma situação.
Assim, em 2002, os viajantes com emprego representavam 61,2% dos turistas portugueses, enquanto os desempregados tinham um peso de apenas 2,8%. Dez anos depois, os empregados eram 44,5%, mas os desempregados já somavam 6,4% do total.
O resultado destas tendências é que desde 2011 os turistas inactivos (alunos, domésticos, reformados e outros) têm já um peso maior do que os turistas com emprego. Em 2012, estes últimos representavam 44,5% do total, face a um peso de 49,2% dos inactivos.
Já os motivos de viagem, dentro de Portugal, também se alteraram nos últimos anos. Em 2002, mais de metade das viagens, 51,2%, fizeram-se por motivos de lazer, recreios e férias, mas em 2012 este era o principal argumento para apenas 41,5% das deslocações.
Sinal dos novos tempos, desde 2011 que as viagens domésticas passaram a ter como principal razão a visita a familiares e amigos. Em 2012, este estreitamento de laços sociais foi atribuído a 48,3% das deslocações, o que acontecia em apenas 39,2% uma década antes.
A disponibilização de novos dados sobre o sector do turismo na área da Pordata Portugal inclui também estatísticas relativas à oferta de alojamento turístico e à quantidade e origem de hóspedes e dormidas, entre outras.
"Além da permanente actualização de dados e de novos indicadores nesta área, será avaliada a possibilidade de disponibilizar este tema também na Pordata Municípios", indicou a directora da Pordata, Maria João Valente Rosa, à Lusa.
Lusa/SOL